Autor: André Luís Woloszyn

DOI: https://doi.org/10.25058/1794600X.2458

This article proposes to develop an analysis of the behavior displayed by members of international terrorist networks, in particular those of an Islamic extremist nature, from the perspective of psychoanalytic doctrine. Based on what is known about the psyche of Islamic radicals, he defends the hypothesis of a traumatic childhood added to manipulation, extremist religious ideologization and the lack of filters, factors that lead to an imbalance of psychic instances, emphasizing primitive instincts of aggression and violence. The approach to the theme is challenging and becomes relevant in view of the attacks carried out by such networks, which have a high number of victims and a flagrant lack of empathy for the suffering of others, bordering on perversions such as sadism.

Este artículo se propone desarrollar un análisis del comportamiento desplegado por miembros de redes terroristas internacionales, en particular las de carácter extremista islámico, desde la perspectiva de la doctrina psicoanalítica. Con base en lo conocido sobre el psiquismo de los radicales islámicos, defiende la hipótesis de una infancia traumática sumada a la manipulación, la ideologización religiosa extremista y la falta de filtros, factores que conducen a un desequilibrio de las instancias psíquicas, enfatizando instintos primitivos de agresión y violencia. El abordaje del tema es desafiante y cobra relevancia frente a los ataques que realizan este tipo de redes, que tienen un alto número de víctimas y una flagrante falta de empatía por el sufrimiento ajeno, rayando en perversiones como el sadismo.

O presente artigo se propõe a desenvolver uma análise do comportamento apresentado por integrantes de redes terroristas internacionais, em especial, as de cunho extremista islâmico, sob a ótica da doutrina psicanalítica. Partindo do que se conhece da psique dos radicais islâmicos defende a hipótese de uma infância traumática somada a manipulação, a ideologização religiosa extremista e a falta de filtros, fatores que acarretam desequilíbrio das instâncias psíquicas, dando ênfase aos instintos primitivos de agressividade e violência. A abordagem do tema é desafiadora e se torna relevante face aos atentados, praticados por tais redes apresentarem elevado número de vítimas e flagrante falta de empatia para com o sofrimento alheio, beirando a perversões como o sadismo.

Keywords: Terrorism; Violence; Libido development phases; Psychic instances; Psychoanalysis.

Palabras claves: Terrorismo; Violencia; Fases del desarrollo de la libido; Instancias psíquicas; Psicoanálisis.

Palavras-chave: Terrorismo; Violência; Fases de desenvolvimento da libido; Instâncias psíquicas; Psicanálise.

Para citar este artículo:

Woloszyn, A. L. (2024). O crime de terrorismo: uma hipótese psicanalítica. Revista Misión Jurídica, 17 (27), 65-79.


Referencias

ASAD, T. (2008) Sobre el terrorismo Suicida. Barcelona. Tradução Emili Olcina Aya. Barcelona: Laertes, S.A Editores.

AIRÈS, P. (1981) História social da criança e da família. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos editores.

AWAD, G.A. (2008) As mentes e as percepções dos outros. In: Violência ou Diálogo? Reflexões psicanalíticas sobre terror e terrorismo. Sverre Varvin e Vamik D. Volkan (Org). Tradução Tânia Maria Zalcberg, São Paulo: Perspectiva.

AKHTAR, S. (2008). Desumanização: origens, manifestações e soluções. In: Violência ou Diálogo? Reflexões psicanalíticas sobre terror e terrorismo. Sverre Varvin e Vamik D. Volkan (Org). Tradução Tânia Maria Zalcberg, São Paulo: Perspectiva.

_______, (1999). The Psychodynamic Dimension of Terrorism. Psychiatric Annals, 29(6), 350-355.

BOHLEBER, W. (2008). Fantasmas coletivos, destrutividade e terrorismo. In: Violência ou Diálogo? Reflexões psicanalíticas sobre terror e terrorismo. Sverre Varvin e Vamik D. Volkan (Org). Tradução Tânia Maria Zalcberg, São Paulo: Perspectiva.

BBC News. (2001) Inside Mc Veighs mind. Acessível em: http://news.bbc.co.uk/2/hi/americas/1382540.stm. Aces so em: 15.05.2024.

BORUM, R. (2004). Psychology of terrorism. Tampa: University of South Florida.

CRAYTON, J.W (1983). Terrorism and Psychology of the Self. L.Z. Freedman & Y.

DE PAOLA, H. (2009) Israel e a guerra assimétrica. Revista A Defesa Nacional, Rio de Janeiro, ano CCV, nº 814. Biblioteca do Exército.

EIZIRIK, C. et al. (2013). Noções básicas sobre o funcionamento psíquico. In: O ciclo da vida humana: uma perspectiva psicodinâmica. EIZIRIK, Cláudio e BASSOLS, Ana Margareth Siqueira (Org).2ª edição, Porto Alegre: Artmed.

ERLICH, H. S. (2008). Reflexões sobre a mente terrorista. In: Violência ou Diálogo? Reflexões psicanalíticas sobre terror e terrorismo. Sverre Varvin e Vamik D. Volkan (Org). Tradução Tânia Maria Zalcberg, São Paulo: Perspectiva.

FUNDATION POUR L´INNOVATION POLITIQUE. Fundapol.org. Islamist Terrorist Attacks in the Word 1979 a 2019. Acessível em: https://www.fondapol.org/en/study/islamist-terrorist-attacks-in-the-world-1979-2019/. Acesso em: 23.05.2024

FREUD, S. Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud [ESB]. Rio de Janeiro, Imago, 1974, 24 vol. O Ego e o Id e outros trabalhos (1923/1925), vol. XIX.

_______, Esboços da “Comunicação Preliminar” de 1893 (1940-1941 [1892])

_______, Estudos sobre a Histeria (Breuer e Freud) (1893-1895), vol. II

GOLOMB, A. (2008). Terror na infância. In: Violência ou Diálogo? Reflexões psicanalíticas sobre terror e terrorismo. Sverre Varnin e Vamik D. Volkan (Org.). Tradução Tânia Mara Zalcberg. São Paulo: Perspectiva.

GLOBAL TERRORISMO INDEX 2020/Briefing. Institute for Economics &Peace. Acessível em: https://www.visionofhumanity.org/maps/global-terrorism-index/#/. Acesso em: 11.05.2024.

HORGAN, J. (2006). Psiciología del Terrorismo: comoy por qué alguien se convierte en terrorista. Tradução Joan Trujiillo Parra. Barcelona: Editora Gedisa, S.A.

HOFFMAN B. (1976). Inside terrorism. London/New York: Victor Gollancz, Columbia University Press.

ONU News (2022). África Subsaariana tem 48% das mortes atribuídas a grupos terroristas no mundo. Acessível em: https://news.un.org/pt/story/2022/06/1791732. Acesso em: 17.05.2024

OSÓRIO, C. M.; PILTCHER, R.: MARTINI, T. (2013). Adultos jovens e seus scripts:novas gerações e novos cenários. In: In: O ciclo da vida humana: uma perspectiva psicodinâmica. EIZIRIK, Cláudio e BASSOLS, Ana Margareth Siqueira (Org) 2ª edição, Porto Alegre: Artmed.

POLANCZYK, G.V: ROHDE, L. A. (2013). Psiquiatria do desenvolvimento. In: O ciclo da vida humana: uma perspectiva psicodinâmica. EIZIRIK, Cláudio e BASSOLS, Ana Margareth Siqueira (Org). 2ª edição, Porto Alegre: Artmed.

POST, J.M. (1984). Notes on a psychodynamic theory of terrorist behaviour. Terrorism, 7, 241-256.

PRYER, D. (2013) A ascensão das máquinas: Porque armas cada vez mais perfeitas ajudam a perpetuar nossas guerras e colocam a nação em perigo. Revista Military Review, Centro de Armas combinadas, Forte Leavenworth, Kansas, jul/ago.

RAINE, A. (1997). Antisocial behavior and psychophysiology: A biosocial perspective and a prefrontal dysfunction hypothesis. (pp. 289-304). In D. Stoff, J. Breiling, & J.

ROLAND, P. (2014). Por dentro das mentes assassinas: a história dos perfis de criminosos. Tradução Antonio Fiel Cabral. São Paulo: Madras.

SOUZA FILHO, D.B. Neurose e Psicose: conceito e diferenciação (Online). Acessível em: http://psicopsi.com/pt/psicose-e-neurose. Acesso em: 26.05.2024.

UCHÔA, D.M. (1968) Psiquiatria e psicanálise. São Paulo: Sarvier.

VARVIN, S. (2008). Terrorismo e vitimização:dinâmicas individual e de grandes grupos. In: Violência ou Diálogo? Reflexões psicanalíticas sobre terror e terrorismo. Sverre Varvin e Vamik D. Volkan (Org). Tradução Tânia Maria Zalcberg, São Paulo: Perspectiva.

KLEIN, M.: PAULA H.: ISAACS S.: RIVIERE, J. (1952) Os progressos da Psicanálise. Tradução Álvaro Cabral. Rio de Janeiro> Zahar Editores.